quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Recebi um comentário de uma moça esses dias me pedindo a autorização para colocar no profile dela no orkut um texto que eu tinha escrito. Fiquei muito lisonjeada e ao mesmo tempo achei estranho, porque escrevi o texto pensando apenas em mim e não para ser um texto universal, tipo: que servisse pra todo mundo. Aí, me aparece uma menina totalmente diferente de mim e se identifica com aquilo que eu escrevi.
Nossa!
Me lembrei da época onde eu lia aquelas poesias "sofredoras" de amor. Época de adolescente, óbvio! Que cada paixão, cada desilusão, cada "fora" era motivo para escrever, para transformar as lágrimas em palavras.
E como eu era dramática! Adorava esses tipos de poesias. Quanto mais sofredora, mas eu me identificava e achava estranho aquele poeta ter sentido a mesma coisa que eu.
Mal sabia eu que todos os poetas sofrem!
Depois que descobri esse "segredo" que para falar de amor (do amor sofrido) era necessário sofrer, afinal, vc. não consegue colocar em palavras aquilo que vc. nem sabe como é. Apartir de então, toda paixãozinha, toda desilusãozinha era motivo pra escrever, para "poetizar".
Lembro-me da minha primeira poesia. Aos 14 anos, dentro da sala de aula, no intervalo de uma aula pra outra, deitei minha cabeça na mesa e comecei a escrever. Foi quase uma "psicografia". rs
Não sei de onde saiu tantas palavras e tantas rimas.
A razão do meu sofrimento: um menino 2 anos mais velho que eu e que não estava nem aí para o meu sentimento. Afff....
Foi essa "rejeição" que comecei a "poetizar". Sofro, logo, escrevo.
Chamei o menino até de monstro na poesia. haha
Não, não era nenhuma história de terror, era uma poesia dramática de uma adolescente mais dramática ainda. A primeira de muitas (mas, pra ele foi só essa!) .
Mas, naquele dia, acho que o professor entrou em sala de aula e eu nem vi, tão inspirada que estava. Deitei, escrevi e só parei quando havia terminado e fechei com o final: "Vc. não era o princípe que eu esperava, e sim o Monstro que não me amava".
Affff...sentiram o clima, né??
A menina não era mole, não..rs
Já que era pra ser dramática, eu pegava pesado mesmo. haha
E derrepente minhas amigas começaram a se identificar com as minhas poesias. Todo mundo gostava!
Descobri então que todo mundo sofre da mesma forma, pelo menos, parece ser igual. A história de amor pode até ser diferente, o início, o encontro, mas o término, o abandono, a rejeição, a desilusão são iguais.
As lágrimas que caíam se identificavam e eu as traduzia em palavras.
Há muito tempo que não escrevo poesias. Há muito tempo que não sofro por amor, isso sim. Amadureci!
A menina que escrevia de amores sofridos não existe mais. Se acho ruim? Não. Era difícil manter essa posição de poetisa, pra escrever "sobre", era preciso sentir. Acho que por isso que eu tocava no coração das minhas amigas adolescentes. rs
Já cheguei a escrever cartinhas de amores para ex-namorados de amigas desesperadas.
Hoje escrevo sobre mim, sobre o que eu penso. Por isso que adoro escrever no profile do orkut sobre "quem sou eu", eu estou sempre alterando, escrevendo textos que me identifique no momento em que estou vivendo. Mas, nunca imaginei que algumas pessoas fossem se identificar com os textos. Talvez, porque na verdade, cada indíviduo seja um pedacinho de várias pessoas.
Afff...já estou filosofando! rs
Quem sabe vire assunto para o próximo post. hehe
Beijos à todos!
E agradecendo a Bruna que fez questão de colocar no profile do seu orkut um texto meu. (Valeu, Bruninha!)

Um comentário:

Camila disse...

Q lindo!!!

Tem selo pra vc lá no blog!!!