Esses dias estava eu andando pelas Americanas do shopp. Três Américas e fui parar na ala onde vende livros (sempre apaixonada por eles!), de repente, uma moça que estava por ali também vendo os livros, me aborda da seguinte maneira:
-Você é professora?
(do nada!)
-Não.
-Ah, vc. parece. Eu sou.
Até ía emendar a conversa, dizendo que um dia poderia vir a ser, e blá-blá-bla, quando...
-Estou procurando um livro bom pra ler. Já comprei mtos daqui...
E aí, ela me solta essa:
-Estou separando do meu marido. Ele me batia. Estou cheia de marcas....
(!!!!!)
Pausa, gente! Isso é sério! Aconteceu isso! Que situação a minha, gente!
Imagina.. do nada, vc. está andando de bobeira no shopp, cheiaaa com seus problemas pessoais e de repente,um tapa é dado na minha cara.
Digo "tapa" porque vi que tinha pessoas com mais problemas do que eu. O que é um "sem emprego" perto de uma "violência dentro de casa"?
Minha reação? Na hora, tentei ser prática com ela. Se é que essa seria uma boa palavra pra descrever o sentimento de quando vc. ouve uma bomba dessas. Assim, do nada, espontaneamente. Afff...
Ela, uma mulher jovem, simpática, com um vestido florido. Quem a visse nunca iria imaginar a situação que ela passava. Aliás, a gente nunca imagina determinadas situações até que ela apareça na nossa frente.
Percebi que ela queria desabafar. Ou pior, acho que ela estava por demais perturbada, porque pra falar com uma completa desconhecida a respeito de uma questão tão íntima e pessoal, ela não devia estar bem.
O meu lado sensível perguntou a ela se já tinha se separado do marido. Ela tinha dito anteriormente, eu sei, mas eu queria mostrar que estava preocupada com ela. As pessoas precisam de atenção! Mostrei alguns livros que poderia aumentar a auto-estima dela. (Gente, pode até parecer besteira, mas se ela gostava de livros, bom ela ler livros que falava coisas boas pra ela..eu não teria tempo pra isso!).
Ela resolveu comprar um livro religioso. Ótimo!
Nos despedimos e eu desejei tudo de bom pra ela, mas fiquei pensando no que ela pudesse fazer com ela nesse momento tão delicado.
E, também, fiquei pensando no acaso da vida. O porquê que aquela moça apareceu naquele instante da minha vida. Será que fiz meu papel de ser humano? o que eu poderia ter feito?Afff....
Esses dias fiquei sabendo que uma ex colega de mtooo tempo atrás, da sexta série, tinha cometido suicídio. Gente, eu fiquei pasma. Há séculos não tinha notícias dela, também, eu não era amiga e nem tinha afinidades com ela, pelo menos naquela época, achava ela metida. Mas, isso não impediu do meu lado sensível sentir por aquela morte. A menina tinha a minha idade. Solteira e sem filhos. Se jogou com seu carro em um precipício da estrada de Chapada. Amigos diziam que ela passou a ter depressão desde a morte do pai dela.
E porque comentei sobre esse triste acontecimento depois de ter contado sobre a moça que encontrei na Americanas? Porque pensei que se havia possibilidade de alguém ter ajudado a minha ex colega, e porque fiquei preocupada com a moça de querer tentar o mesmo fim. Aff....
A gente nunca sabe como pode ajudar alguém nessas situações. E nem sabemos quem pode tentar alguma coisa contra a sua própria vida.
Triste!
Tomara Deus que a moça tenha encontrado pessoas no seu caminho que possa lhe ajudar com palavras, com carinho, para que ela não se desespere e nem tenha atitudes desamorosas contra si mesma.
Fico por aqui.
Beijos à todos!!
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